“Não lutem contra o desenvolvimento”: em palestra no Santa Summit, consultor estratégico da Fiergs detalha a revolução do agro e aponta os caminhos para o futuro

“Não lutem contra o desenvolvimento”: em palestra no Santa Summit, consultor estratégico da Fiergs detalha a revolução do agro e aponta os caminhos para o futuro

Foto: Rian Lacerda (Diário)

Em uma palestra no Santa Summit, nesta sexta-feira (26), o ex-presidente da John Deere no Brasil e atual consultor estratégico e assessor especial da presidência da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Paulo Hermann, traçou um panorama da revolução do agronegócio brasileiro. Durante suas falas, com olhos atentos do público presente, ele defendeu a tecnologia como única saída para as crises do setor e convocou os jovens a liderarem a próxima onda de inovação.


Para Hermann, o Brasil vive um momento único em sua história, mas sofre com uma "narrativa pobre" que não valoriza as próprias conquistas.


Tecnologia

Durante sua palestra, Hermann destacou a transformação da produtividade no campo, que saltou de uma para quatro toneladas de grãos por hectare em 50 anos, uma revolução que, segundo ele, poupou 230 milhões de hectares de desmatamento. Ele também questionou a narrativa da falta de mão de obra no país.


– Nós, como sociedade civil organizada, precisamos encontrar o nosso caminho. Não existe falta de gente, o que existe é obscuridade demais – afirmou, citando como exemplo os 8 mil jovens que dão baixa do Exército anualmente no Estado e os 900 mil brasileiros que podem ser deportados dos Estados Unidos.


Crise gaúcha

Foto: Rian Lacerda (Diário)

Após a palestra, em conversa com o Diário, Paulo Hermann aprofundou sua visão sobre os desafios enfrentados pelos produtores gaúchos, como as secas e o endividamento.


– Só a tecnologia, na minha visão, leva a gente para frente. A questão da seca, na minha opinião, é fácil de resolver. O regime pluviométrico do Rio Grande do Sul dá 1,5 mil milímetros em média por ano. Não é uma região árida. É uma região que tem uma má distribuição de chuva – explicou.


Para ele, a solução passa por uma mudança de estratégia:


– Se o diagnóstico é chuva boa, mas má distribuição, eu tenho que acumular água quando ela cai, usar irrigação no momento em que ela não está e aprofundar o perfil do solo, porque na maior parte das nossas lavouras a raiz tem apenas 10 cm. Qualquer sequinha de 20 dias, ela já morre.


Sobre a renegociação de dívidas dos agricultores, Hermann classificou a medida como "absolutamente necessária", mas alertou que não é a solução definitiva.


– É muito importante. Nós já tivemos 23 óbitos de pessoas que não resistiram a esse momento, e não resistiram, muitos deles, por vergonha de ter que pedir uma renegociação. Mas não é a solução. Porque se não chover na próxima safra, o problema vai continuar. A saída é a irrigação, a saída é melhorar os solos, e isso não é da noite para o dia, mas é aí que nós temos que trabalhar – concluiu.


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